Medo de prova? Quem não!

Medo de prova? Quem não!

Amanhã começa aqui na Berlinguas o curso preparatório para as provas Telc B1 e DTZ.

 

Uma de nossas promessas neste curso é munir o aluno com técnicas para reduzir o medo e a ansiedade na hora de fazer a prova. Mas como? Aqui vai uma palhinha...

 

Primeiramente é preciso diferenciar os tipos de prova existentes. A palavra prova nos remete aos tempos de escola, às notas vermelhas, a ficar de recuperação ou até mesmo a repetir de ano. Muita coisa mudou de uns tempos para cá, mas o medo e a ansiedade que nos afrontam dias antes continuam no nosso imaginário. É claro que há muitos outros fatores psicológicos por trás disso, principalmente o medo de não ser capaz, de fracassar, de não atingir os objetivos para “ser” alguém na vida.  

 

Exames de proficiência de uma língua estrangeira possuem as mesmas características que as provas escolares da nossa infância e adolescência. Mas agora com um agravante: somos adultos e temos pressa para conseguir um visto, bem como uma vaga num curso técnico (Ausbildung), num curso universitário ou no mercado de trabalho. Tornamo-nos mais críticos de nós mesmos, não perdoamos nossos próprios erros e fracassos.

 

Para nossa sorte, naquilo que diz respeito aos exames de proficiência, há hoje vários fatores que jogam a nosso favor, sendo assim, se você se conscientizar disso, terá mais tranqüilidade para encarar uma Prüfung.

O primeiro deles está relacionado à divisão dos níveis em A, B e C, bem como em subníveis A1, A2, B1, B2, C1, C2, bem como em subsubníveis (existe esta palavra? rsrs) A1.1, A1.2, A2.1 e assim por diante. Percebe onde quero chegar? O conhecimento foi muito fracionado, isto é, aquilo que é exigido nas provas se restringe apenas ao nível correspondente. Embora os autores das provas se esforcem para tornar os exercícios os mais autênticos possíveis, eles não extrapolam o grau de conhecimento exigido para este nível (leia mais sobre as divisões dos níveis aqui).

 

O segundo fator diz respeito à diversidade de provas no mercado e ao seu objetivo em específico. Qual a diferença entre as provas TELC, DTZ, Goethe Institut (GI), TestDaF e DSH? Deixemos para falar sobre os detalhes de cada prova mais abaixo, o que importa aqui é o emprego que você dará ao certificado. Muitas universidades alemãs, por exemplo, aceitam apenas os certificados do TestDaF ou do DSH. Há, porém, algumas que se “contentam” com o TELC B2 ou GI B2. O mesmo é válido para os cursos técnicos (Ausbildung) e para as empresas. Alguns de nossos alunos nos relataram que apenas o certificado de participação emitido pela Berlinguas fora suficiente para conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Portanto, fica aqui a dica: antes de se preparar para a prova, procure saber exatamente qual delas e qual nível são exigidos para aquilo que você pretende fazer no futuro.

 

Você será uma pessoa de muita sorte se a instituição que exige o certificado não fizer nenhum tipo de distinção entre as provas, pois cada uma delas tem um formato específico. E eis o terceiro fator. Existem provas fechadas, semi abertas e abertas. As fechadas são aquelas, cujos exercícios são de múltipla escolha, havendo pouquíssima margem para interpretação, argumentação e criatividade. Com exceção da parte escrita (Schreiben), os exercícios exigem apenas nosso poder reação a estímulos. Sendo assim, a gramática nunca é cobrada como nos livros didáticos, onde temos que conjugar verbo por verbo, passar uma frase do presente para o passado ou da voz ativa para a passiva. São os casos da DTZ, TELC e GI. As provas abertas, em oposição às fechadas, são aquelas que exigem nossa interpretação, argumentação e criatividade. Elas se aproximam muito das provas de português que conhecemos dos tempos de escola: os exercícios, por exemplo, consistem em ler um texto e responder às perguntas correspondentes por extenso ou então fazer um resumo escrito daquilo que foi lido. Este é o caso da prova DSH. As semi abertas são uma mistura dos dois tipos e aqui temos o TestDaF como melhor exemplo. Qual delas é a mais fácil? Se o seu nível ainda é B, DTZ, TELC e GI são as mais indicadas para você. Se o seu nível for C, aí depende muito do seu estilo. Quem não gosta de falar e interpretar gráficos, se puder, deve evitar o TestDaF; quem acha os critérios de correção das provas fechadas injustos (pois só há uma resposta certa ou errada), deve evitar às provas TELC e GI. Resumindo, fazer uma prova não significa apenas mostrar seu conhecimento da língua, senão saber exatamente como a prova está estruturada e o que os examinadores realmente esperam de você. Eis assim a necessidade de um curso preparatório para provas.

 

O quarto fator tem a ver com os critérios de correção, mais precisamente com a definição de “erro”. Um erro só é considerado grave se houver uma interrupção ou falha de comunicação. Você diz ou escreve algo e seu interlocutor não é capaz de reagir, pois não compreendeu sua intenção. Isso vale também para a pronúncia e entonação. Por outro lado, deixar de colocar aqui e ali o verbo no final, trocar um acusativo por um dativo ou usar uma palavra inapropriada para o contexto não pode ser considerado erro. No entanto, é importante que esses erros não se acumulem J

 

O quinto fator é a cereja do bolo. As provas TELC e GI, desde o A1, são divididas em: Hören, Lesen (+ Sprachbausteine), Schreiben e Sprechen. Até 2019, se você reprovasse em uma dessas partes, tinha que refazer a prova inteira, o que significava perda de tempo e de dinheiro. Sem contar o estresse causado pela obrigação de passar por tudo novamente. Hoje você refaz apenas a parte em que reprovou. Essa mudança elevou o grau de confiança dos alunos e conseqüentemente o número de aprovados.

 

Por fim, é importante ter consciência de que provas são instrumentos criados, idealizados por uma sociedade darwiana, na qual somente os melhores sobrevivem. Elas não dizem nada sobre você, sua índole, sua personalidade. Se você passar ou não, você não será melhor nem pior que ninguém; não sairá vencedor nem perdedor. Uma prova é apenas uma prova. Acredite no seu potencial.   

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