Não consigo aprender alemão. A culpa é minha?

Não consigo aprender alemão. A culpa é minha?
Não estou conseguindo aprender alemão. Será que a culpa é minha?

 

Antes de nos ocuparmos com esta pergunta, seria interessante saber, antes de qualquer coisa, o que acontece em nosso cérebro quando aprendemos um novo idioma.

 

“Como nosso cérebro aprende” foi o título de um workshop ministrado pela Prof. Dra. Marion Grein (https://marionneurodidaktik.wordpress.com), chefe do Departamento de Ensino de Alemão como Segunda Língua e Língua estrangeira da Universidade Johannes Guttenberg em Mainz (sul da Alemanha).

 

Neste texto gostaríamos de compartilhar com vocês um resumo daquilo que foi tratado no evento.

 

- Neurolinguísticamente falando, aprender (e não só idiomas) incentiva o estabelecimento de ligações entre os neurônios. No cérebro de um adulto, por exemplo, durante toda sua vida, ocorrem entre 7.000 e 10.000 ligações. As combinações são infinitas.

E a novidade é que, ao contrário do que se acreditava até então, elas se modificam, mas não morrem.

Portanto, começar a estudar um idioma depois dos 40, por exemplo, é possível e até recomendável. A cada novo idioma que estudamos, nosso cérebro “ganha” mais 4 anos de vida na luta contra a demência natural.

 

- Sob o ponto de vista neurolinguístico, apenas crianças a partir de 6 ou 7 anos estão aptas para aprender sistematicamente um novo idioma, antes disso a aprendizagem não é consciente, é por imitação.

É indiscutível, porém, que quanto mais cedo a criança passe a ter contato com outras línguas, melhor é, porque há muitos outros fatores de relevância, entre eles prosódicos e socioculturais.

A Dra. Grein acredita que escolinhas e escolas bilíngües incentivam melhor o desenvolvimento dos dois hemisférios do cérebro.

 

- É possível medir a quantidade de ligações neurológicas após um curso de idiomas. Num aluno A1, por exemplo, são 300, o mesmo acontece após o A2. Apenas a partir do B1 é que as ligações começam a ocorrer de forma desenfreada.

Enquanto isso não ocorre, é extremamente importante que o aluno mantenha um contato quase que diário com a língua, pois se ele não o fizer, dentro de duas semanas as ligações neurológicas tomarão outra forma e só sobram alguns resquícios daquilo que foi aprendido. Em outras palavras, se você sair de férias prolongadas após o A1 e ao retornar quiser começar no A2, é muito provável que seu cérebro não coopere, porque o conteúdo não estaria mais disponível. Volte um pouco, revise o fim do A1 antes de iniciar no A2.

Dentro deste contexto, até o fim do B1, fazer dever de casa é excepcional.

 

- Não é sempre a escola, o método ou o livro: quem te faz aprender é o professor. E não apenas se ele é bom ou não, qualificado ou não: a figura do professor é extremamente importante, pois a emoção é um dos pilares do processo de aprendizagem. Um professor, sendo como ele é, é capaz de fazer você gostar até mesmo da matéria mais chata ou mais difícil do mundo.

Você pode “alimentar” seu aprendizado com jogos, músicas, filmes, aplicativos, mas nenhum deles irá substituir a figura do professor, seja ele presente ou virtual.

 

- Mas não é só o professor: você precisa se conhecer melhor para melhor escolher sua escola, curso, método, livro, etc.

Algumas pessoas têm o lado esquerdo, outras o lado direito do cérebro mais desenvolvido. Um dos lados é sempre predominantemente.

Quando o lado esquerdo predomina, você é analítico e sistemático, gosta de números, tabelas, esquemas, usa cores diferentes para estudar vocabulário ou ler textos. Uma lousa caprichada te faz bem. Você acha importante haver uma progressão didática, dá valor à gramática e procura (sempre) estabelecer um paralelo com a língua materna. Fatores externos têm forte influência sobre sua concentração: um espaço luminoso, arejado e silencioso é importante pra você; um grupo mais homogêneo e focado, mais trabalho individual, menos em grupo.

Quando o lado direito predomina, você adora descobrir o novo idioma; o método dedutivo é o que lhe cai mais bem. Filmes, músicas, joguinhos te ajudam a perceber melhor como um idioma funciona. Você não está muito preocupado em seguir um programa didático, um livro. Você não liga muito para barulhos e outras distrações ao seu redor; você gosta de atividades em grupo, de discussões, de apresentações, até mesmo de teatrinhos.

Muitas escolas físicas e online oferecem uma aula experimental. Procure atentar para esses fatores. Às vezes não é a gramática (difícil) que não te deixa aprender um idioma, mas sim a sala de aula com pouca iluminação ou o fato do seu professor permanecer os 90 minutos sentado, sem sequer fazer uma anotação na lousa. São fatores simples, mas que podem ser responsáveis por um bloqueio no processo de aprendizagem.

 

- Como saber qual hemisfério prevalece? Dra. Grein mostrou dois testes, que você pode fazer agora mesmo:

  1. Ao entrelaçar os dedos da mão, qual polegar ficou por cima: direito ou esquerdo?
  2. Ao cruzar os braços, qual mão ficou por cima: direita ou esquerda?

Digamos que nos dois casos foi o direito, então o hemisfério esquerdo é o mais predominante.

 

A falta de progresso na aprendizagem de um idioma gera muitas dúvidas quanto à nossa capacidade cognitiva. Portanto, se você está se sentindo assim no momento, não é uma questão para se autoculpar; procure descobrir que tipo de aluno você é e depois disso avalie se seu curso e seu professor estão de fato atendendo às suas necessidades. Às vezes uma pequena mudança de comportamento da sua parte ou da do professor pode beneficiar consideravelmente o processo de aprendizagem do idioma em questão.  

 

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