Pessoas nascidas em clima frio são mais inteligentes?

Pessoas nascidas em clima frio são mais inteligentes?

O verão europeu chegou ao fim, os dias estão ficando mais curtos e o friozinho já vem batendo à porta. Quem vive na Europa já sabe: é hora de se preparar aos poucos para um período de longa reclusão. O outono ainda nos convida a sair de casa, mas o inverno rigoroso nos faz procurar o aconchego de nossas casas o tempo todo. Embora muita gente na Alemanha afirme de que não há mau tempo, senão roupa de pouca ou má qualidade, no fundo nós sabemos que este tipo de comentário é uma tentativa de autoconvencimento, de que, mesmo com temperaturas baixíssimas, nós precisamos sair de casa.  Diante deste cenário, de outubro a abril, os europeus, principalmente aqueles que vivem mais ao norte, concentram-se mais assiduamente em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Às vezes por falta de opção, às vezes como uma forma de fazer o tempo passar mais rapidamente. Será que é por este motivo que os países do norte da Europa, incluindo aqui a Alemanha, são mais desenvolvidos? Será que existe uma relação direta entre clima, desenvolvimento e inteligência?


É bem verdade que, em climas frios, os povos enfrentavam desafios ambientais que demandavam maior planejamento, criatividade e ajuda mútua. A necessidade de armazenar alimentos para o inverno, de construir abrigos para garantir fontes de calor e de desenvolver vestimentas adequadas e ferramentas para caçar e processar alimentos em um ambiente hostil podem ter exigido habilidades cognitivas mais refinadas. Em outras palavras, o clima frio teria exercido uma pressão seletiva sobre a inteligência, favorecendo indivíduos com maior capacidade de resolver problemas complexos. 

 

Por outro lado, em climas mais quentes, os povos também foram obrigados a enfrentar desafios ambientais, o que da mesma forma demandou inteligência e criatividade. Em áreas tropicais, por exemplo, pode-se observar a adaptação para lidar com doenças endêmicas, a diversidade de fauna e flora e a utilização de recursos naturais. 


Mais um argumento que corrobora a hipótese de que os povos nórdicos não são mais desenvolvidos e inteligentes está associado ao fato de que as duas últimas grandes civilizações – grega e romana – terem se desenvolvido em regiões de clima mais ameno. A estabilidade climática poderia ter beneficiado um melhor aproveitamento da agricultura, favorecendo o florescimento da civilização, da cultura e da ciência. 

 

De forma conclusiva, é possível afirmar que climas diferentes exigiram soluções diferentes de desenvolvimento cognitivo, mas nenhum deles pode ser considerado mais ou menos desenvolvido. Aliás, este tipo de comparação unilateral, sem que seja feita uma análise histórica, social e cultural, pode ser periogosa por sedimentar esteriótipos nas socidades. A inteligência é um fenômeno complexo e multidimensional, que resulta de uma combinação entre genética, cultura, história,  ambiente e educação, e não pode ser atribuída somente ao clima. 


Se, por um lado é impossível afirmar que os povos nórdicos são mais inteligentes, por outro parece ter ficado claro que o planejamento é uma de suas características intrínsecas. Quem mora na Alemanha, por exemplo, sabe o quão isso é importante. 


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